LÍNGUA PORTUGUESA

Quinhentismo Brasileiro

Antes do descobrimento do Brasil, a expansão marítima dos povos espanhóis e portugueses exploravam os mares em busca de novos territórios. Com a chegada das embarcações de Portugal ao Brasil, é iniciada uma fase de produção escrita no país. Naquela época, encontrava-se o seguinte panorama: os nativos que habitavam o território eram analfabetos, os portugueses que viviam nas terras brasileiras eram deportados ou aventureiros e os jesuítas tinha como ocupação a catequese dos fiéis.
A produção das obras escritas naquele período apresenta um caráter informativo, documentos que descreviam as características do Brasil e eram enviados para a Europa, onde não se sabia absolutamente nada sobre os costumes dos nativos e os recursos naturais das terras brasileiras. Entre as publicações daquela época, encontram-se cânticos religiosos, poemas dos jesuítas, textos descritivos, cartas, relatos de viagem e mapas. Consta que o primeiro texto escrito no território do Brasil foi a Carta de Pero Vaz de Caminha, em que registra suas impressões sobre a terra recém-descoberta.
Original da Carta de Caminha.

Entretanto, apesar da grande variedade de documentos de época que comprovam a existência de produção escrita naquele período, segundo alguns estudiosos da língua portuguesa, este material é considerado paraliterário, termo que designa formas não convencionais de literatura como auto ajuda, literatura de cordel, entre outros.

Entre os principais documentos do Quinhentismo estão: “História do Brasil”, escrita pelo frei Vicente de Salvador, “Diálogo sobre a Conversão dos Gentios”, do padre Manoel da Nóbrega, “Tratados da Terra e da Gente do Brasil”, de Fernão Cardin, “Tratado Descritivo do Brasil”, de Gabriel Soares de Sousa, “Diário de Navegação”, de Pero Lopes de Sousa e a famosa “Carta de Pero Vaz de Caminha”. No trecho abaixo ,texto retirado da Carta de Pero Vaz ,é possível entender um pouco sobre os primeiros contatos entre os portugueses e os índios:

“Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram. Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar.”




Características do Quinhentismo

  • Crônicas de Viagens;
  • Textos descritivos e informativos;
  • Conquista material e espiritual;
  • Linguagem simples;
  • Utilização de adjetivos.

Autores do Quinhentismo
Muitos viajantes e jesuítas contribuíram com seus relatos para informar, aos que estavam do outro lado do Atlântico, (no caso Portugal), suas impressões da nova terra encontrada. Naquele momento, figurou um acontecimento inusitado estar em contato com pessoas, realidade e paisagens muito diferentes.

Por isso, muitos dos textos que compõem a literatura quinhentista, possuem forte pessoalidade, ou seja, as impressões de cada autor. A obra desse período que mais se destaca é a "Carta de Pero Vaz de Caminha" ao Rei de Portugal.


Pero Vaz de Caminha (1450-1500)

Escrivão-mor da esquadra liderada por Pedro Álvares Cabral (1468-1520), Pedro Vaz de Caminha, escritor e vereador português, registrou suas primeiras impressões acerca das terras brasileiras, por meio da "Carta de Achamento do Brasil" datada de 1º de maio de 1500. Não obstante, a Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita para o Rei de Portugal, D. Manuel, é, sobretudo, considerada o marco inicial da Literatura Brasileira visto que representa o primeiro documento escrito sobre a história do Brasil. Seu conteúdo aborda os primeiros contatos dos lusitanos com os indígenas brasileiros bem como as informações e impressões acerca da descoberta das novas terras.



José de Anchieta (1534-1597)

José de Anchieta foi historiador, gramático, poeta, teatrólogo, e um padre jesuíta espanhol que teve a função de catequizar os índios que estavam aqui no Brasil. Foi considerado um defensor dos índios contra os abusos dos colonizadores portugueses. Dessa maneira, ele aprendeu a língua tupi e desenvolveu a primeira gramática da língua indígena, chamada de "Língua Geral". Suas principais obras são: "Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil" (1595) e "Poema à virgem".

Pero de Magalhães Gândavo (1540-1580)

Gramático, professor, historiador e cronista português, Pero de Magalhães Gândavo, ficou muito conhecido pelos relatos acerca da fauna, da flora e da dimensão das terras brasileiras em seu livro: "História da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos de Brasil". Além dos animais distintos e das plantas exóticas, ele descreve sobre os povos indígenas e a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral. Outra obra que merece destaque é "O Tratado da Terra do Brasil" (1576).


Manuel da Nóbrega (1517-1570)


Padre Manuel da Nóbrega foi um jesuíta português e chefe da primeira missão jesuítica à América: Armada de Tomé de Sousa (1549). Participou da primeira missa realizada no Brasil e da fundação das cidades de Salvador e Rio de Janeiro. Seu trabalho no Brasil foi de catequizar os índios. Suas obras que merecem destaque: "Informação da Terra do Brasil" (1549), "Diálogo sobre a conversão do gentio" (1557), "Tratado contra a Antropofagia" (1559).

Curiosidades:
  • O Quinhentismo brasileiro ocorreu paralelo ao Classicismo português.
  • A obra do Padre José de Anchieta só foi totalmente publicada no Brasil na segunda metade do século XX.
  • O nome do período refere-se ao ano de início: 1500. Da mesma forma, o barroco, período literário posterior, é chamado de seiscentismo, uma vez que vigorou no século XVII (1600).
Fontes: www.infoescola.com ; www.soliteratura.com.br ; www.todamateria.com.br
                                                                                                                                                  
                                                                                                                                                 Alunos: Leticia Santana nº 42
                                                                                                                                                                Gabriel Silva nº 09
                                                                                                                                                                Bruna Thaynara nº 05









Nenhum comentário:

Postar um comentário